acordei ao som
de vassouras frenéticas
sobre o carpete amarelo
que cobria o parque
a manhã avançava
e a paisagem des-amarelava
limpeza bruta
sem poesia
mas... temporária
o tempo decide ventar
e venta amarelo
em chuva amarela
acompanho o vôo
dos tons de amarelo
na despedida dos galhos
no despir das árvores
o amarelo insiste
em se amarelar
em amarelar o outono
em criar amarelidão
aproveito a oferta
me admiro em admirar
essa beleza triste
de silêncio e de melancolia
Berlim, 25 de outubro
de 2012